“O futuro chegou no direito brasileiro.”
A inteligência artificial na advocacia deve ser vista como um braço técnico, não como um cérebro autônomo. Cabe ao profissional do Direito comandar as ferramentas, e não ser comandado por elas.
A inteligência artificial na advocacia deve ser vista como um braço técnico, não como um cérebro autônomo. Cabe ao profissional do Direito comandar as ferramentas, e não ser comandado por elas.
Nos tribunais superiores, a adoção da IA não é mais um experimento, mas uma prática consolidada. O Supremo Tribunal Federal já conta com o robô Victor, que identifica automaticamente temas de repercussão geral em recursos. No Superior Tribunal de Justiça, o sistema Athos ajuda a organizar precedentes e acelerar o julgamento de causas repetitivas. Projetos como o Justiça 4.0, do Conselho Nacional de Justiça, revelam um movimento institucional pela digitalização inteligente do Judiciário.
No campo da advocacia privada, os usos vão desde o gerenciamento de prazos até a geração de petições preliminares e pareceres com base em dados estruturados. Tudo isso, claro, sob a responsabilidade do advogado — pois a IA não possui discernimento jurídico nem responde por consequências legais.
Contudo, é necessário reconhecer: ainda há resistência. Parte da comunidade jurídica enxerga o uso da inteligência artificial com desconfiança, como se o apoio tecnológico fosse sinal de preguiça ou limitação técnica. Essa visão é não apenas equivocada, mas perigosa
A inteligência artificial é uma ferramenta que expande a capacidade do advogado, não que reduz sua importância. O Direito continua sendo humano — e a tecnologia, um meio para fortalecer a Justiça.
A advocacia do futuro será digital, sim. Mas também será ética, crítica e profundamente humana. O profissional que domina a tecnologia, sem “abrir mão do bom senso” e do conhecimento jurídico, está mais bem preparado para oferecer soluções modernas, eficazes e responsáveis à sociedade.
A OAB tem um papel crucial nesse cenário: orientar, capacitar e garantir que o uso da IA respeite os princípios fundamentais da profissão. Não se trata de substituir o pensamento jurídico, mas de ampliá-lo com inteligência e propósito.
O tempo da negação já passou. O desafio agora é integrar a inovação com consciência e responsabilidade, transformando ferramentas em aliadas e o futuro em presente.
